Ao ver lagartas numa teia

Quando passeia na natureza pode dar-se o caso de ver um grupo de lagartas verde-escuras.

Instaladas no que parece ser uma teia, observe-as apenas, e não as perturbe. Não será uma teia de aranha, e não há ali lagartas para serem salvas de quaisquer quelíceras.
É o comportamento normal desta fase do ciclo de vida de uma espécie protegida a nível europeu, associada às madressilvas, uma planta abundante na região: o nome científico é Euphydryas aurinia. Possui igualmente nomes vulgares: aurínia ou fritilária-dos-lameiros.
Gregária enquanto lagarta, os abundantes fios de seda que tece tem em vista a proteção de predadores diversos. Hiberna em grupo, num ninho construído junto à planta hospedeira. Esta espécie é protegida por se encontrar em declínio na maioria dos países europeus.
Em termos gerais, o ciclo de vida decorre assim: em maio voam as borboletas, pondo as fêmeas os seus ovos em madressilvas, uma planta abundante na região; em início de julho já se observam as teias de seda com dezenas de lagartas com cerca de 1 cm de comprimento; vão passar os meses frios de inverno em letargia e em fevereiro começamos a observá-las na fase final de lagarta, altura em que é maior, preta e espinhosa; em março e início e abril dispersa para se pendurar numa planta ou num muro na posição de um ponto de interrogação invertido; a lagarta transforma-se no espaço de horas em crisálida, esbranquiçada com pequenas pintas escuras e alaranjadas; em cerca de três semanas sai da crisálida a borboleta para voar e se reproduzir.
A aurínia é também uma das três “espécies guarda-chuva” do projeto Steps for LIFE, ao lado do lagarto-de-água e da salamandra-lusitânica.
A proteção legal desta espécie de borboleta deriva do Decreto-lei n.º 140/99, de 24 de abril, com a redação que lhe é dada pelo Decreto-lei n.º 49/05, de 24 de fevereiro, anexo B-II, transposição da Diretiva Habitats (92/43/CEE), de 21 de maio de 1992, Anexo II, e também pelo Decreto-lei n.º 316/89, de 22 de setembro, que é uma transposição da Convenção de Berna, no seu Anexo II.

 

 

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