Marcescentes

De forma simplificada, fica no ouvido que os arbustos e árvores ou têm folhagem permanente ou possuem folhagem caduca. 

Este contraste não requer dúvidas, mas quem se demorar mais um pouco a ver o que acontece a alguma flora entre o outono e o inverno vai ter de aceitar que por vezes há algo indefinido pelo meio.
Algumas árvores soltam logo as folhas ao primeiro bafo de noites frias na transição sazonal, mas outras não. E isso não sucede por anomalia!
Os amieiros, por exemplo, não tardam a soltar todas as suas folhas intimidados com o arrefecimento. Os salgueiros também copiam esse comportamento. A verdade é que podem ambos dar-se a esse luxo, uma vez que apreciam enraizar-se em solos ricos. Os nutrientes retidos nas suas folhas podem ser desperdiçados – quem lhes deu esses dar-lhes-á muitos mais.
Mas nem todas as espécies de plantas tiveram a boa fortuna de passar por uma história evolutiva sediada em solos ricos. Era de esperar. O carvalho-alvarinho, por sua vez, tem tradição de possuir habitat em solos menos generosos. Isso fez com que se adaptasse e, mediante o frio do inverno, em vez de se livrar das folhas, vai retirando pouco a pouco o máximo possível de nutrientes das folhas outrora verdes, que tendem a ficar acastanhadas, até que bastante mais tarde acabarão por cair. São por isso marcescentes, como convém.
Entretanto, nada está parado, senão aparentemente. Outro sistema entra em trabalho: a preparação dos rebentos e da floração. Quando o período diurno vai avançando no calendário e a subida das temperaturas se vai fazendo sentir, tudo estará pronto, na altura certa, para a luz da primavera.

 

Fonte: revista "Parques e Vida Selvagem", n.º 62.

 

 

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