Plantas de cor verde-vivo, com margens púrpura, muito brilhantes em estado húmido, compostas por talos grandes, coriáceos e largos (alguns com mais de 15 mm de largura), regularmente bifurcados.
Formam manchas extensas fortemente agarradas a superfícies verticais por rizóides (órgãos semelhantes a raízes) brancos. Na superfície dos talos é possível observar, mesmo a olho nu, linhas que formam um puzzle hexagonal e lembram escamas de cobra, daí o nome comum desta hepática. Em cada uma dessas divisões superficiais do talo surge um ponto esbranquiçado bastante saliente que corresponde a um poro que permite à planta as trocas gasosas.
Como é uma espécie dióica tem plantas masculinas e outras plantas femininas e, por isso, órgãos reprodutores masculinos e femininos em plantas diferentes. Os órgãos reprodutores masculinos são sésseis, ou seja, rentes aos talos, globosos e negros e encontram-se na superfície ventral do talo.
Com a separação dos órgãos sexuais, a reprodução desta espécie depende do percurso que os anterozóides fl gelados (gâmetas masculinos) fazem até aos arquegónios (órgãos femininos), geralmente a nadar. Mas esta espécie desenvolveu uma estratégia única de projeção dos anterozóides para o ar (até 15 centímetros de altura), aumentando assim a distância de dispersão e a probabilidade destes gâmetas encontrarem os órgãos femininos que estão elevados por um pequeno pé, semelhante a um guarda-chuva cónico que dá o nome em latim à espécie.
Espécie cosmopolita que se encontra na Europa em paredes e superfícies rochosas geralmente verticais, muitas vezes próximo de fontes, tanques de água límpida, levadas ou paredes com escorrência e pingos superficiais de água. Nos seus tufos escondem-se muitas vezes lesmas que se alimentam desta espécie e beneficiam do refúgio que proporciona. No Parque Biológico encontra-se facilmente em muros frescos e húmidos e paredes de cimento dos tanques.
Esta espécie pertence ao grupo das hepáticas que são muito aromáticas, devido à presença de compostos químicos atualmente estudados por terem propriedades antibacterianas, anticancerígenas, diuréticas e de cura para a diabetes. O seu aroma a cedro apimentado é bastante distinto e forte e compõe o perfume dos jardins do nosso país, especialmente nos dias de chuva!...
Texto: Helena Hespanhol e Cristiana Vieira (CIBIO-UP). Foto: Cristiana Vieira.
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 49.
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