Musgo-comum-de-caliptra-nua

Musgo-comum-de-caliptra-nua Atrichum undulatum (Hedw.) P. Beauv.

  • Onde me podes visitar: Parque Biológico
  • Origem: Autóctone
  • Descrição:

    Musgo de crescimento ereto, com frutificações no topo de cada indivíduo e, por isso, denominado de acrocárpico.

    Sendo um musgo robusto, até 7 cm de altura, de cor verde escura quando cresce na sombra ou amarelada quando cresce sob luz mais intensa e com tufos bem individualizados, torna-se fácil de distinguir no meio das outras plantas do mesmo habitat. Para além disso, é um musgo com filídeos (órgãos análogos a folhas) longos e pontiagudos, até 1 cm de comprimento e ligeiramente ondulados transversalmente (daí o nome “undulatum”), que quando secam ficam ainda mais característicos porque encaracolam.


    Quando se observa à lupa a nervura do filídeo, na zona central, observam-se linhas paralelas de colunas celulares que maximizam a superfície foliar e, por isso a capacidade fotossintética. Como plantas, os musgos têm células com clorofila e cloroplastos e as células dos filídeos têm os conteúdos celulares necessários para realizar a fotossíntese e fabricar a energia e os açúcares que necessitam para sobreviver, crescer e reproduzir-se. No caso dos musgos, a quantidade de luz, água e nutrientes necessários para este processo são tipicamente inferiores às das plantas vasculares, o que faz dos musgos plantas “low-cost”, ou seja com necessidades energéticas e nutritivas baixas.


    Quando este musgo dispõe de energia e nutrientes sufi cientes aposta na reprodução sexuada e produz uma ou várias cápsulas por indivíduo, inclinadas, cilíndricas, de 3-4 mm de comprimento e com opérculos (tampas das cápsulas) de comprimento igual ao da cápsula, uma característica típica da espécie.
    A caliptra, uma membrana que aparece sobre a cápsula e que deriva dos tecidos superiores do ovário, é desprovida de pelos, daí o nome do género (“Atrichum”- sem pelo) e nome comum (musgo-comum-de-caliptra-nua).


    Este musgo é frequente nos solos de florestas e taludes de caminhos, evitando os solos muito ácidos ou calcários. Geralmente, encontra-se em cantos sombrios, bem drenados e é um dos musgos terrestres mais amplamente distribuído nos países europeus.


    Pelo seu tamanho, fisiologia simples e fácil reconhecimento, este musgo, tal como outras espécies, é utilizado em experiências de pesquisa científica na área de fisiologia e genética vegetal. Vários investigadores tentaram cultivar este musgo em ambiente laboratorial (in vitro), de modo a reduzir o impacto nas suas populações, assim como reduzir o grau de contaminação com outros microorganismos. Porém, esta tarefa tem sido difícil, porque, tal como a maior parte dos musgos, esta espécie não cresce facilmente nem rapidamente fora do seu micro-habitat natural (in vivo), mesmo quando todos os nutrientes lhe são disponibilizados em grandes quantidades. Tal como muitos dos animais selvagens, também os musgos não são felizes em cativeiro… 

     

    Texto Cristiana Vieira e Helena Hespanhol (CIBIO-UP). Foto Cristiana Vieira.
    Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 43.

 

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