Hepatica-orelhada-branca

Hepática-orelhada branca Diplophyllum albicans (L.) Dum.

  • Onde me podes visitar: Parque Biológico
  • Origem: Autóctone
  • Descrição:

    Esta planta pertence ao grupo das hepáticas (um grupo das briófitas) e é relativamente conspícua, apesar dos seus 4 mm de largura e 2 a 3 cm de comprimento.

     

    Dependendo do grau de hidratação e exposição solar, os tufos desta planta têm uma capacidade surpreendente de parecer outra planta. 
    Formam tipicamente tufos acastanhados-avermelhados ou amarelo-esverdeados e, apesar do nome “albicans” significar branco, apenas ficam brancos quando estão secos e mortos. 

     

    Os caulóides dispõem-se uns sobre os outros de forma muito regular e aplanada quando húmidos, mas enrolam-se sobre si próprios quando estão secos, alterando bastante o seu aspeto. Os filídeos (pequenas folhas) distribuem-se em duas fiadas, uma de cada lado do caulóide (pequeno caule) num padrão muito regular, daí o seu nome comum hepática-orelhada. O nome do género deriva do grego (diplos = duplos; phyllon = folhas) e indica que apresenta filídeos duplos, ou seja, os filídeos dividem-se em dois lobos de tamanho desigual e que se fecham um sobre o outro, parecendo duas línguas afiadas de margem dentada, e que apresentam uma faixa de células incolores e muito mais longas na zona central.

     

    São plantas dióicas (umas plantas são femininas e outras são masculinas), que podem reproduzir-se sexuadamente através de esporos formados em cápsulas nas plantas femininas, ou através de gemas (propágulos assexuais) que se formam na ponta dos lobos dos filídeos por divisão celular. 

     

    Apesar de ser uma espécie que surge em imensos países do hemisfério Norte, é uma espécie com muitas afinidades oceânicas e, como tal, raramente está em territórios longe da costa. Como plantas de vida perene, são bem visíveis durante todo o ano, mas crescem principalmente na altura mais húmida do ano. Esta hepática surge associada a habitats como afloramentos rochosos ácidos, florestas de solo ácido, matagais e zonas pouco poluídas. No Parque Biológico de Gaia cresce no solo e rochas e, mais raramente, em troncos ou tocos de árvores.

     

    Esta planta apresenta muitas interações com fungos, servindo de hospedeira para Mixomicetes e Ascomicetes, mas, tal como outras hepáticas, também produz compostos (sesquiterpenos) com atividade contra fungos que prejudicam culturas agrícolas. Outros estudos sobre o seu perfil químico, em particular sobre os óleos essenciais exclusivos desta planta (nomeados de diplofilinas), revelaram que certos compostos são ativos contra o carcinoma epidérmico humano. 

     

    De facto, esta hepática, apesar de pequena, consegue surpreender facilmente, e oferecer-nos ainda compostos capazes de solucionar problemas na agricultura e saúde humana. O essencial é mesmo invisível aos olhos, principalmente aos que não reparam nos detalhes mais pequenos da Natureza…


    Texto: Cristiana Vieira (MHNC-UP) e Helena Hespanhol (CIBIO-InBIO). Foto: Cristiana Vieira (MHNC-UP).
    Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 61.

     

 

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