Plantas verde-escuras em estado húmido, com talos longos, planos, simples ou bifurcados, com aspeto lustroso e algo coriáceo.
A olho nu, é possível observar que a superfície dorsal é levemente reticulada, composta por pontos minúsculos que são pequenas aberturas, ligeiramente salientes, denominadas por poros e que permitem trocas gasosas.
Com o auxílio de um microscópio é possível ainda observar que cada poro comunica com uma câmara aerífera onde existem células clorofilinas. A superfície ventral do talo é composta por escamas semilunares negro-violáceas que apresentam brilho metálico e estão dispostas do mesmo modo que as telhas de um telhado.
Os órgãos reprodutores femininos são sésseis e globosos e encontram-se na extremidade da superfície ventral do talo, enquanto os órgãos reprodutores masculinos são sésseis e encontram-se na extremidade de raminhos ventrais.
É uma espécie que produz frequentemente cápsulas. Cada cápsula está contida num invólucro negro, coriáceo, sub-hemisférico e com duas valvas, situado ventralmente nas extremidades dos talos. Quando estes invólucros negros estão presentes, esta espécie não é confundida com nenhum outro género, daí o seu nome comum.
Em estado seco, o talo enrola-se fortemente, ocultando a superfície dorsal e deixando bem visíveis as escamas negras-violáceas e os invólucros negros que se encontram na superfície ventral do talo – a planta toma então o aspeto de um estreito cordão negro-violáceo. Neste estado, o talo consegue resistir a períodos longos de secura e as valvas dos invólucros negros afastam-se para a disseminação dos esporos, já soltos no seu interior pela abertura da respetiva cápsula.
Espécie mediterrânica, cosmopolita na Península Ibérica, que pode ser facilmente observada em paredes, fendas de rochas e muros e que tolera habitats sazonalmente secos. No Parque Biológico é possível observar esta espécie em fendas de muros.
Recentemente, num estudo etnobriológico realizado na Índia, foi possível confirmar o uso desta espécie por algumas tribos para tratar fundamentalmente doenças de pele, dada a semelhança da planta com a superfície de peles doentes. Porém, ainda estão a ser desenvolvidos estudos fitoquímicos para descobrir o princípio ativo desta espécie.
Apesar de poder parecer estranho, até estas pequenas plantas podem ter um cheiro forte. É o caso desta espécie que pertence ao grupo das hepáticas fortemente aromáticas. Em material fresco, quando levemente comprimida, liberta um suave cheiro a óleo de cedro, porém, o aroma não persiste em material seco. Portanto, para detetar este aroma peculiar é mesmo necessário descer o nariz à planta. Boas provas sensoriais!
Texto Helena Hespanhol e Cristiana Vieira (CIBIO-UP). Foto Cristiana Vieira (CIBIO-UP).
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 44.
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