Planta do grupo das hepáticas, com um corpo taloso que se bifurca repetidamente, com cerca de 2 mm de largura e vários centímetros de comprimento.
Cresce aderente ao substrato, geralmente em planos verticais, em tufos achatados. A superfície ventral (superfície aderente ao substrato) tem pequenos pêlos hialinos que ajudam à fixação da planta. A intensidade da sua cor verde depende do grau de luminosidade, mas os talos são quase sempre semitransparentes dado que são uniestratificados (apenas uma célula de espessura), daí o nome comum se referir à semelhança com um véu. A zona central, não transparente do talo, corresponde à nervura.
Esta planta pode reproduzir-se de duas formas: de forma assexuada, através de gemas em forma de disco que surgem na margem do talo; ou de forma sexuada, através de anterídeos (órgãos reprodutores masculinos) e arquegónios (órgãos reprodutores femininos) que se desenvolvem em plantas separadas, já que se trata de uma espécie dióica.
Esta hepática é comum nos troncos de muitas espécies de árvores e arbustos autóctones ou alóctones, geralmente em territórios com altitude até aos 600 metros. Em Portugal, é comum nas zonas de influência atlântica e é uma espécie tolerante a alguma secura, mas não muita poluição atmosférica.
Tal como outras plantas, as espécies do género Metzgeria apresentam disjunções intercontinentais, ou seja, as mesmas espécies podem ocorrer em continentes separados por grandes oceanos. No entanto, nem sempre a realidade é o que aparenta ser. A maior parte das espécies foi classicamente definida com base na sua morfologia (aspeto exterior e mensurável a olho nu ou com a ajuda de um microscópio), porém estudos genéticos recentes revelaram que as populações de Metzgeria furcata do continente americano pertencem a uma espécie diferente de outras duas espécies que ocorrem na Europa.
Como estas três espécies só se distinguem ao nível genético designam-se de “crípticas”, porque é impossível distingui-las através da morfologia. Como tal, continuaremos a chamar-lhes o mesmo nome, mas sabemos que a sua taxonomia é mais complexa do que é pragmático reconhecer com as atuais formas de identificação de plantas baseadas em chaves dicotómicas. Mais uma vez, o avanço do conhecimento científico é mais rápido do que o Homem pode absorver nas suas rotinas de trabalho e de vida.
Texto: Helena Hespanhol e Cristiana Vieira (CIBIO-UP). Foto: Paula Portela.
Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 47.
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