Hepatica-de-escamas-complanares

Hepática-de-escamas-complanares Radula complanata (L.) Dumort.

  • Onde me podes visitar: Parque Biológico
  • Origem: Autóctone
  • Descrição:

    Radula complanata é uma hepática, uma das representantes dos principais grupos das briófitas, juntamente com os musgos e antóceros. 

     

    As espécies deste género (Radula) têm filídeos, pequenas folhas, sobrepostos tal como escamas, sendo os filídeos superiores maiores do que os filídeos em contacto com o substrato onde crescem. Têm geralmente uma cor verde clara, às vezes amarelada. Como são plantas muito pequenas, os filídeos são estreitos, no máximo 3 mm de largura e as folhas têm apenas 1,5 mm de comprimento.

     

    Os tufos são achatados ou complanares, bem como as suas folhas, daí se designar de “complanata”. Esta planta reproduz-se por esporos ou também vegetativamente, por pequenas gemas que surgem nas bordas das suas folhas. As cápsulas com esporos são suportadas por estruturas hialinas e frágeis que nascem dentro de escamas mais longas, denominadas por escamas femininas ou periantos.

     

    Radula complanata é decididamente a espécie deste Género mais comum pelo mundo, ocorrendo em todos os territórios do hemisfério norte. É frequente ser primocolonizadora de troncos húmidos e sombrios de muitas árvores. Aparece como uma pequena mancha verde, formando tufos aderentes ao substrato que podem atingir os 10 cm de largura. No Parque Biológico de Gaia pode observar-se esta espécie em troncos de árvores ou rochas graníticas, nos cantinhos húmidos e sombrios.

     

    Em comparação com as plantas vasculares, pouca atenção tem sido dada às hepáticas para uso em dieta humana ou medicamentos. No entanto, desde 1994 que se sabe que espécies do género Radula produzem uma variante do psicoactivo conhecido apenas em Cannabis sativa L. Investigadores suíços têm realizado vários isolamentos e testes clínicos em laboratório para conhecer melhor a farmacologia desta variante que poderá ser uma alternativa com menos efeitos secundários, mas com bom poder terapêutico tal como outros fitocanabinóides. Afinal os medicamentos nascem mesmo nas árvores!

     


    Texto: Helena Hespanhol (CIBIO/INBIO-UP) e Cristiana Vieira (MHNC-UP).
    Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 57.

 

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