Musgo-parafuso-das-paredes

Musgo parafuso-das-paredes Tortula muralis Hedw.

  • Onde me podes visitar: Parque Biológico
  • Origem: Autóctone
  • Descrição:

    Esta é uma das briófitas do grupo dos musgos que cresce em tufos com menos de um centímetro de altura.

    A cor dos tufos é castanha-grisalha quando o musgo está seco por causa dos abundantes pelos hialinos (transparentes) na parte terminal de cada filídeo (órgão análogo a uma folha); quando este musgo está húmido sobressaem os tons verde-acastanhados que as células dos filídeos possuem graças aos pigmentos presentes nos cloroplastos e no citoplasma celular.


    Os filídeos, em forma de língua com um longo pelo na ponta, têm entre dois a 3,5 mm de comprimento, margem recurva (enrolada para o exterior) e ficam muito encaracolados quando secos. Os esporófitos (estruturas onde se formam os esporos) desenvolvem-se desde a primavera ao outono e são compostos por cápsulas cilíndricas alongadas, de cor castanha-avermelhada, com perístoma (dentes da cápsula) torcido em espiral, daí o nome de “musgo-parafuso”.


    Este musgo pode tolerar alguma sombra e é muito comum em todos os muros e paredes de tijolo, cimento e pedra, daí o nome científico “muralis”.
    Também cresce em telhas e outras estruturas estáveis construídas pelo homem, bem como em afloramentos rochosos e rochas ricas em bases, sendo muito menos comum em troncos de árvores.


    No Parque Biológico de Gaia surge um pouco em todos os muros rústicos e telhados mais antigos.
    O crescimento em tufos densos desta espécie permite-lhe uma taxa de retenção de água superior à que seria conseguida pela absorção conseguida por cada indivíduo que compõe o tufo – uma estratégia de “grupo” para reservar água e sobreviver num muro exposto ao sol e onde a água não se infiltra.


    A relação dos musgos com a água é muito forte – precisam da água para se reproduzir, realizar fotossíntese e crescer. O aspeto dos musgos – cor, tamanho, arranjo do tufo e textura – também varia muito conforme a hidratação dos tufos e com apenas uma gota de água podemos ver (a olho nu e no espaço de segundos) grandes transformações no aspeto do musgo e até movimentos repentinos dos filídeos e caulóides. Esta rapidez de transformação é possível porque os musgos não possuem cutícula na parede celular das células e são autênticas “esponjas” que podem absorver até 20-30 vezes o seu peso seco em água: poderá comprová-lo com um aspersor no seu jardim ou muro – verá magia vegetal a ocorrer diante dos seus olhos!


    Texto: Cristiana Vieira e Helena Hespanhol (CIBIO – InBIO). Foto: Cristiana Vieira.
    Fonte - Revista «Parques e Vida Selvagem» n.º 45.

     

 

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