O Caminho de Santiago existe desde o século IX, mas a sua época áurea terá ocorrido entre os séculos XI e XIII. De qualquer modo, hoje em dia são muitos os peregrinos que percorrem longos caminhos para por fim chegar a Santiago de Compostela. 

O Caminho de Santiago português, na passagem por Vila Nova de Gaia (Portugal), vai incluir informações que promovem a biodiversidade ao abrigo do projeto Steps for LIFE, uma parceria entre instituições espanholas, encabeçadas pela Fundação Caminho Lebaniego, e a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. 

Pretende-se consciencializar os milhares de turistas que anualmente percorrem essas rotas e os habitantes das regiões sobre a importância da conectividade ecológica e o conceito de infraestrutura verde, estabelecendo também a melhoria do estado de conservação das espécies e dos habitats mais ameaçados ou de maior interesse para a conservação.
O ano passado foram realizadas diversas saídas de campo ao caminho de Santiago no concelho de Gaia para estudar a otimização das intervenções a realizar que incluem, por exemplo, o restauro de juros rústicos e rurais e a criação de charcos que apoiam anfíbios e insetos aquáticos, bem como instalar os chamados hotéis de insetos, que criam nichos para abrigo e reprodução de diversas espécies de invertebrados. É necessário realizar intervenção para controlo de plantas invasoras como a erva-da-pampas (Cortaderia selloana).
Apesar de na primavera e no verão a natureza ser mais exuberante, ao longo dessas visitas houve sempre valores patrimoniais florísticos e faunísticos que se destacaram.
No caso das plantas merecem mais atenção na serra de Negrelos, ou de Canelas, o bosque de carvalho-alvarinho (Quercus robur), que acolhe numerosos sobreiros (Quercus suber), sanguinho-de-água (Frangula alnus), entre outras espécies.
Além do bosque e da parte rural, o caminho de Santiago em Gaia, ao avançar para norte, atravessa uma área urbanizada preenchida sobretudo com moradias e jardins. Apesar de tudo, também estes acolhem alguma biodiversidade.